Uma das mais icônicas marcas automotivas do mundo, a Jaguar, deu um passo ousado em 2024 ao reformular sua identidade visual. O tradicional felino que representava a marca desde 1950 foi substituído por uma tipografia moderna, espaçada e redonda, causando alvoroço na internet. Essa mudança faz parte de um plano estratégico mais amplo: a transição para uma linha totalmente elétrica.
Mas por que a Jaguar escolheu esse momento para fazer um rebranding, e o que isso nos ensina sobre gestão de marca?
Apesar de seu legado, a Jaguar tem enfrentado dificuldades no mercado. As vendas anuais da marca até março de 2024 ficaram muito abaixo das similares e ainda há o desafio de novos players. Segundo o diretor-gerente, Rawdon Glove, a Jaguar estava em uma situação crítica, chegando a ser comparada a um “paciente em coma”. Diante disso, o rebranding foi visto como uma medida necessária para reposicionar a marca e atrair um público mais jovem e moderno.
O anúncio da nova identidade foi acompanhado de uma campanha marcante, com um vídeo de 30 segundos destacando diversidade e fluidez de gênero. No entanto, as escolhas visuais e o discurso audacioso geraram muitas reações negativas. Consumidores questionaram a conexão entre um design inspirado nos anos 1950 e a proposta futurista dos carros elétricos.
Apesar das críticas, o objetivo da Jaguar é claro: “eliminar o comum” e reconquistar relevância. O primeiro carro elétrico da marca será lançado em 2026, marcando um novo capítulo em sua história.
Rebranding não é apenas sobre estética, mas sobre alinhar a identidade visual com a estratégia de negócios, produto e os valores da marca. Por isso, algumas lições importantes:
Por que sua marca precisa de um rebranding? No caso da Jaguar, a mudança está diretamente ligada ao seu plano de eletrificação. Esse propósito claro é essencial para que as mudanças façam sentido para o público.
Entender quem você quer atrair é crucial. A Jaguar aposta em um público jovem e progressista, o que explica as escolhas de diversidade na campanha.
Rebranding não significa abandonar o passado. Grandes marcas encontram formas de manter sua essência enquanto se adaptam. Por exemplo, a Hugo Boss repaginou sua identidade em 2023 para atrair novas gerações, mas preservou elementos clássicos que conectam o público ao seu legado.
Mudanças drásticas podem gerar resistência, mas transparência e comunicação clara ajudam a minimizar esse impacto e preparar o público para a transição.
Nem sempre é necessário mudar radicalmente. Às vezes, uma atualização sutil já é suficiente para renovar a imagem da marca sem desconectar os consumidores. Marcas como Netshoes e China in Box optaram por modernizações mais leves.
No Brasil, o registro de marca concedido pelo INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) tem validade inicial de 10 anos, podendo ser renovado por períodos iguais de forma ilimitada. Esse prazo pode ser um bom indicativo para avaliar a necessidade de modernização. Afinal, durante uma década, o mercado, os consumidores e até os valores da empresa podem evoluir significativamente, justificando ajustes na identidade visual ou no posicionamento estratégico.
Na Outlab, ajudamos diversas marcas a repensarem suas identidades. Entre nossos cases de rebranding, destacam-se as Vans do Corcovado (2023) e a 24Q (2024). Ou atualizações mais sutis como a que fizemos para o Grupo Mgemal. Em cada projeto, o foco está em traduzir o momento atual da marca e garantir que o público entenda o propósito da mudança.
O caso da Jaguar ilustra os desafios e as oportunidades do rebranding. A marca britânica está apostando alto, e será preciso tempo para avaliar o impacto dessa transformação em suas vendas e percepção de mercado.
E você, acha que a nova identidade da Jaguar vai conquistar os consumidores? Deixe sua opinião nos comentários e aproveite para explorar mais insights sobre Branding aqui no blog!